ENTREVISTA PARA O SITE WWW.DEBORACSGIMENES.COM.BR
Fale um pouco sobre você, deixe o leitor conhecer quem é a pessoa.
Eu nasci e cresci em Minas Gerais e me formei em engenharia metalúrgica no início da década passada. Desde então, me mudei para diferentes cidades em diferentes países até que cheguei, com a minha esposa, em 2017, a Berlim. Sempre trabalhei com engenharia e nunca tinha pensado, seriamente, em fazer algo diferente.
No ano passado, no entanto, eu comecei a escrever, como hobby, e gostei muito de fazê-lo. Neste tempo, escrevi alguns contos e livros e, no início deste ano, passei a submeter os meus trabalhos para diferentes concursos, sendo um dos meus contos um dos selecionados pelo Podletras para a sua segunda antologia.
O que te levou a ser escritor? Quais as expectativas quando começou a escrever?
Eu sou, primeiramente, novo neste mundo de escrita e ainda soa um pouco estranho, para mim, me chamar de “escritor”.
Eu sou leitor assíduo e, quando lia algum livro que achava interessante, passava na minha cabeça fazer algo semelhante. Há alguns anos, cheguei a tentar escrever alguns textos, mas não gostei dos resultados e desisti.
O que me faltava era tempo e, principalmente, encontrar um estilo de escrita que combinava comigo.
No ano passado, em 2023, acabei tendo o tempo, já que fiquei, por seis meses, de licença paternidade. Coincidentemente, no meu último dia de trabalho, eu estava ouvindo um podcast de política e o apresentador fez um comentário sarcástico e não-literal sobre um acontecimento, o que me chamou atenção, porque seria o tipo de ideia que alguém veria em um livro de Saramago, caso fosse apresentado de forma “literal”. Foi nesta realização que tive a inspiração para escrever o meu primeiro conto.
Nas próximas semanas, desenvolvi a ideia, sem muita pretensão, e gostei do resultado. Resolvi escrever vários contos relacionados e agrupá-los em um só livro, para que, conjuntamente, eles contassem uma história.
Um destes contos acabou tomando vida própria e virou o meu primeiro livro. Desde então, escrevi diversos contos e cinco livros, sendo o último deles na semana passada. Quatro destes, no entanto, apesar de escritos, ainda estão em desenvolvimento, pois ainda quero fazer algumas mudanças antes de “declará-los” finalizados.
Se você for um autor com outros trabalhos publicados me conte um pouco da sua experiência, de como é a divulgação dos seus livros e contos. Você acha fácil a parte do marketing? Como estão suas expectativas hoje, referente ao mercado literário.
Não, o conto escolhido pelo Podletras, “O cotidiano em tempos de liberdade”, será a minha primeira publicação. Como disse, ainda estou no início desta trajetória e preciso ainda trabalhar mais este quesito, de marketing. Eu tinha, inclusive, abandonado as minhas redes sociais e só voltei a elas após o concurso.
Eu não acho fácil esta parte e sei, apesar de novo na área, que ela é, inclusive, a mais desafiadora. O caminho a percorrer ainda é longo, mas acredito que, aos poucos – principalmente com mais trabalhos publicados -, posso crescer neste quesito.
Em relação ao mercado literário, eu estou tentando ainda descobrir como ele realmente funciona e qual caminho traçar. Sei que a concorrência é forte e é difícil conseguir evidência, mas acredito que há espaço para novos escritores.
Cursos de técnicas de escrita, já fez algum? Qual sua experiência?
Ainda não, mas pretendo. Os únicos cursos de escrita que fiz foram antes de prestar vestibular. Comecei a frequentar aulas de português e redação já no primeiro ano do ensino médio. Desde então, com a exceção das minhas tentativas falhas de escrever, eu apenas produzia textos técnicos e comerciais.
Como é para você participar de feiras e eventos literários? Se não participou, me conta como faz para vender seus livros?
Ainda não participei de nenhuma, mas pretendo visitar a de Frankfurt no final do ano.
Se você mora fora da conexão Rio/ São Paulo, me conta como é participar de eventos literários.
Ainda não participei de eventos literários.
Físico ou e-book, me conta sua experiência como leitor e escritor.
Como leitor, eu leio em qualquer lugar. Prefiro livro físico, mas leio também muitos e-books. Os e-books me salvaram aqui na Alemanha, pois era muito difícil encontrar livros em português em livrarias aqui em Berlim, com a exceção de alguns trabalhos mais famosos. Felizmente, encontrei uma livraria brasileira há alguns anos e desde então voltei a dar preferência ao livro físico. Eu também já escutei muitos audiobooks, quando eu morava longe do meu trabalho e tinha que dirigir, todo dia, três horas, mas agora não consumo muito este formato.
Como escritor (novato), acho muito útil o formato de e-books, pois dá maior independência e liberdade aos autores, principalmente os independentes. Eu costumava participar de uns encontros de trocas de livros e conheci vários autores que só publicavam desta maneira. Acredito que a grande vantagem seja a possibilidade de se publicar com um investimento menor.
Um dos livros que eu terminei de escrever, mas ainda não finalizei, foi um que eu pretendo lançar neste formato. É um livro de contos, em inglês, que gostaria de lançar serializado.
Me fale do seu conto na coletânea Podletras. (sem spoiler) e como foi participar da seleção?
Nós acompanhamos um dia da vida de um casal que vive em uma sociedade “livre”, na qual não existe um governo como conhecemos. Nela, todas as relações entre indivíduos são feitas na esfera privada, sem interferências do estado.
O que vemos ao longo da história é um retrato de como seria, no ponto de vista de um casal, sem filhos, provavelmente de classe média, essa sociedade, levando-nos a traçar um paralelo entre ela e a nossa.
A história é escrita de forma irônica, satírica e exagerada e o objetivo é de se fazer refletir sobre os rumos que estamos tomando.
Quanto ao concurso do Podletras, tive apenas boas experiências. Desde o começo o César e o Will foram muito prestativos, dando dicas sobre escrita e divulgação, ajudando com os textos e, principalmente, fazendo um trabalho incrível com a produção do livro.
Para encerrar um bate bola
Autor preferido: Jorge Amado
Livro de cabeceira: Grande Sertão: Veredas
Tomaria um chá com: Stephen Fry, já que ele é inglês e deve gostar de chá.
Deveria existir: Uma máquina que faça você esquecer dos livros que você leu, para que possa lê-los de novo sem saber a história.
Não deveria ter partido: a dupla Saramago e Jorge Amado.
O apocalipse vai acontecer: Cinco coisas que você não deixaria para trás: (são coisas e não pessoas): um carregador de bebês, para eu carregar a minha filha, o livro favorito dela, um caderno, uma caneta e um canivete suíço.
Fundamental para você como escritor, que você não pode ficar sem: tempo para escrever.
Como escritor eu indico: (pode ser livro, outro escritor, canal do youtube, aplicativo, o que você achar que fará diferente para outro escritor): faço duas indicações. A primeira seia a antologia do PodLetras e os trabalhos dos autores selecionados. O pessoal tem muito talento e vale a pena serem lidos. A segunda indicação é de um escritor, amigo meu, João Guilhoto, que foi quem me deu as primeiras dicas sobre escrita. Ele é português e tem um livro lançado no Brasil: O Livro das Aproximações.
Considerações finais. Fale de seus projetos e sonhos futuros.
Eu gostaria de agradecer a você pela oportunidade de fazer a divulgação do livro de coletâneas do Podletras, além do Will e do César, que estão tocando o projeto. Eu também gostaria de agradecer à minha esposa Evelyn pelo apoio e aos meus leitores-beta, Mariana e João Rafael.
Em relação aos meus projetos futuros: eu pretendo continuar escrevendo e espero que eu possa fazer trabalhos que agradem a quem os lê. E meu sonho é quem a maioria das histórias que eu escreva permaneça no campo da ficção.
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