ENTREVISTA PARA O SITE WWW.DEBORACSGIMENES.COM.BR
Fale um pouco sobre você, deixe o leitor conhecer quem é a pessoa.
Eu nasci no final de 1988 e cresci nos anos 90 inspirado pela magia Disney, pelo programa Caça Talentos e pelas músicas do Michel Sullivan… um millenial típico: sonhador, frustrado e educado para um mundo que nunca existiu. Faço terapia mesmo quando tudo parece bem!
Nasci em Volta Redonda, uma cidade cinza e industrial do sul fluminense. Depois me mudei para Nova Friburgo, uma cidade verde e de turismo ecológico na região serrana do Rio de Janeiro. Atualmente, moro na capital, uma cidade verde, cinza e vermelha, devido a violência. De algum modo, acho que a sincronicidade do universo me trouxe pra cá, pra combinar com o equilíbrio interno que um trintão conquista.
Sinto falta do quadro que a janela da cozinha formava, ao enquadrar um dos cartões postais de Nova Friburgo. Também do cheiro da serra, do som que a cigarra fazia no cair das noites de verão. Mas quando eu estava lá, sentia falta do barulho da cidade, do lusco-fusco desenhando silhuetas apressadas no centro comercial. Parece um ciclo de frustração em que nada nunca é bom, né?(…) Longe disso, a calmaria interna dos trinta trouxe essa leveza de entender que nada é permanente! E ainda bem, seja o grito da cigarra ou o grito da cidade, o fim do dia só vai fazer O sentido que meu estado interno der.
Gosto de cachoeira, escrever, cerveja, Doctor Who, Sandy, café, Amy Winehouse, de desenhar e pensar sobre a morte… porque se nada é permanente, talvez na morte esteja a resposta pra essa lacuna gigante que é a vida, como se a vida fosse antagonista da morte e não o contrário. Existe um fascínio no fim! Incômodo, mas gostoso! Ele lembra de longe um hematoma quase curado, o dolorido é dor ou alívio?
Enfim, carrego comigo a certeza que, também, viveria numa boa sem tudo isso, que eu disse que gosto. São só subjetividades que ajudam a desenhar a personalidade, mas sugiro olhar em qualquer um dos espaços entre as palavras, que existe nesse texto, pra me conhecer melhor.
O que te levou a ser escritor? Quais as expectativas quando começou a escrever?
Eu cresci fascinado em contar história. Antes de aprender a escrever, eu usava cola e folhas de ofício dobradas e fazer livretos ilustrados contando histórias. Mesmo despois de aprender a escrever, eu brincava de bonecos de super-heróis, mas eles não eram os heróis nos meus enredos, renomeava todos e criava histórias apocalípticas com eles. Na adolescência passei a escrever poemas e contos, criava fanzines e até formei um grupo de fanzineiros. Vendíamos nossos trabalhos em eventos culturais volta-redondenses. Então, não consigo imaginar o que me motivou de certo. Acredito que livros infantis, os quais tive muito acesso. Se não foi isso, certamente, já vim programado! Rsrs Já a expectativa, em algum momento, passou a ser a oportunidade de contar história. Criar. Inspirar.
Se você for um autor com outros trabalhos publicados me conte um pouco da sua experiência, de como é a divulgação dos seus livros e contos. Você acha fácil a parte do marketing? Como estão suas expectativas hoje, referente ao mercado literário.
Publiquei livros de maneira tradicional ao longo da última década. Também, fui autor de publicações em blogs. Fiz um caminho de divulgação mais tradicional. Criei network com a imprensa local, tive em duas colunas locais por um período longo e, portanto, era mais fácil mandar release como indicação de pauta para a imprensa, graças aos contatos que eu tinha. Além de conseguir parceria com resenhistas.
Fazia parte de bienal local, participava de eventos culturais autografando, ia a saraus, participava de premiações como convidado, escrevia para colunas etc.
Entretanto, em 2018, entrei em hiato na carreira, devido a uma fase obscura. Agora, retomo com publicações em formato digital e começo a traçar novos modelos de marketing: tenho aplicado a antologias, mesclado a literatura a ilustração para atrair mais público, melhorado minha presença em redes sociais e focado mais na literatura digital.
Cursos de técnicas de escrita, já fez algum? Qual sua experiência?
Tive uma base muito boa de teoria literária e literatura infantil na faculdade. Boa de verdade! Depois da faculdade fiz cursos de roteiro e, atualmente, sou pós-graduando em Escrita Criativa.
Como é para você participar de feiras e eventos literários? Se não participou, me conta como faz para vender seus livros?
Ao longo da última década, como mencionei, participei. Fui a muitos eventos culturais, fiz lançamentos tradicionais em cada um dos 3 livros que publiquei, sendo o primeiro, “Babilônia Encantada” (2012), em uma livraria renomada em Volta Redonda. “Quero me lembrar de você, Amy Winehouse 1Ed.” (2014), foi lançado em um bar. Já o “Fábula de viagem no tempo 1Ed.” (2016), lancei na Biblioteca Municipal de Volta Redonda.
Também participei de premiações e bienais locais. Saraus em bares e espaços culturais.
Nessa nova fase, as minhas participações são quase que absolutas no online. A forma como divulgo atualmente é através de redes sociais e com a própria lista de mais vendidos da Amazon, que de alguma forma ajuda o livro a ser visto. Faço promoções com valores mais baixos, deixo alguns contos gratuitos por um ou dois dias. Tenho um podcast chamado “Labirinto do D’AUMON”, o qual eu púbico audiobooks de contos e livros meus…
Se você mora fora da conexão Rio/ São Paulo, me conta como é participar de eventos literários.
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Físico ou e-book, me conta sua experiência como leitor e escritor.
E-book! Tanto como leitor, quanto como escritor. Sempre fui fã de praticidade. A leitura por ebook em um bom e-reader é fascinante: você pode deixar o conforto visual exatamente como bem entender, aumentar letras, mudar cor do fundo etc. é confortável para ler e para carregar, me permitindo ter livros a mão em qualquer situação ou hora. Mesmo quando lancei tradicionalmente, eu já era apaixonado pelos e-books, o problema que o tempo era outro!
Me fale do seu conto na coletânea Podletras. (sem spoiler) e como foi participar da seleção?
“O livro que amou Celeste” é um conto que tenho em alta estima. Sou apaixonado por ele, porque, inicialmente, não era a minha intenção, mas ele se tornou um grande homenagem ao meu autor favorito, Moacyr Scliar.
A história tem como mensagem principal a ideia de fomentar a importância de um livro, como ele une as pessoas, cria conexões e muda vidas. O narrador é um exemplar de “A mulher que escreveu a Bíblia”, isso mesmo, o objeto é o narrador. Ele como se apaixonou por Celeste e conta sua jornada de autoconhecimento, em que paralelo ao seu propósito original, também descobre seu próprio propósito.
A coletânea PodLetras é incrível. O trabalho é primoroso e atencioso demais. Desde que soube da oportunidade torci muito para fazer parte disso. Cada um dos contos presentes na coletânea tem uma força incrível, o que deixa a sensação de orgulho de fazer parte de algo tão lindo! Aos que escrevem há anos, ou que começaram recentemente, se inscrevam em 2025! Vale a pena, todo o processo é formidável de viver.
Para encerrar um bate bola
Autor preferido: Moacyr Scliar
Livro de cabeceira: A mulher que escreveu a Bíblia
Tomaria um chá com: Adélia Prado
Deveria existir: Renda Universal Básica
Não deveria ter partido: Elke Maravilha
O apocalipse vai acontecer: Cinco coisas que você não deixaria para trás: (são coisas e não pessoas) Meu tablete de desenhar, meu notebook de escrever, óculos de sol, minha Tardis de colecionador e minhas 3 coleções completas Lig-mon da Elma chips de 2003.
Fundamental para você como escritor, que vc não pode ficar sem. Arte! Preciso consumir arte para produzir bem. Preciso me inspirar.
Como escritor eu indico: (pode ser livro, outro escritor, canal do youtube, aplicativo, o que vc achar que fará diferente para outro escritor) Vou indicar o Moacyr Scliar para quem não conhece, vai ser até bom caso leia meu conto depois. Rsrs E vou indicar o canal Quadrinhos na Sarjeta. Eu sei que é um canal focado em quadrinhos, mas ele fala muito sobre leitura e análise, traz pontos importantes sobre leitura subjetiva etc. vale a pena!
Considerações finais. Fale de seus projetos e sonhos futuros.
Bom, gente! Agradeço a todos que leram até aqui, em especial a Débora. E desejo uma vida com os sonhos mais lindos a cada um.
Peço para que me busque na Amazon e dê atenção especial à “Fábula de Viagem no Tempo”. Também, que dê uma conferida no meu podcast no spotify ou google podcast, “Labirinto do D’AUMON”, lá vai entrar um monte de coisa legal.
Não posso deixar de chamar a atenção para o meu lançamento mais próximo. Uma segunda edição especial de aniversário de 10 anos do livro “Quero me lembrar de você, Amy Winehouse”. Em 26 de Junho de 2024. Vem com ilustrações cheias de referências a arte flat e um conto novinho, na perspectiva de Mirna, uma personagem apenas citada na versão original, que traz atualizações sobre a vida de Thereza.
Para o Dia dos Mortos, dois de novembro, podem aguardar por mim também. Caso saia tudo como o planejado.
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