COMEÇOU A CAMPANHA NO CATARSE

O projeto

Eu me mudei para o Jaraguá antes mesmo de completar quatro anos de vida e desde então tenho vivido todas as coisas boas e ruins do bairro. Morar na periferia da capital paulista tem seus lados negativos, creio que hoje em dia muito mais que os positivos, mas isso não me desanima a continuar aqui.

Foi aqui que cresci, estudei, namorei, casei, tive meu filho, perdi meu pai, minha mãe… Foi aqui que conheci uma das professoras que teve uma grande importância para que eu me apaixonasse por literatura. Também foi aqui que eu vivenciei muitas das histórias relatadas neste livro.

Certa noite eu voltava de uma balada com até então meu noivo, e sei lá por qual motivo, resolvemos voltar pela rua André Costa. Há mais de 30 anos ela era menos habitada e muito mais arborizada. O carro, um opala 1986 cupê branco, simplesmente pifou, do nada, todas as luzes do painel e o motor pararam. Aquele dia a neblina era muito densa, ficamos apavorados, não com medo de assalto, pois aquela época isso quase não existia por aqui, mas com medo do que estava por trás da neblina. Sim, havia algo muito, mais muito apavorante naquela rua conosco, não víamos nada, mas sentíamos aquela presença.

Nunca rezei tanto na minha vida, Ave Maria, Pai Nosso, Credo, Oração do Anjo da Guarda, até que o carro finalmente ligou e conseguimos sair de lá. Nunca mais passei naquela rua à noite. Quando vou ao santuário da Mãe Rainha de Schoenstatt, aqui no Jaraguá, rezo para que qualquer espírito sem luz que esteja perdido naquela rua consiga encontrar a paz. O santuário fica na Rua Galvão Bueno Trigueirinho, esquina com a Rua André Costa.

Além desse caso que eu vivenciei, outras pessoas já viram naquela rua, desde lobisomens, mulher de branco, andarilhos assombrados, cachorros que aparecem e desaparecem na neblina e muitos bichos silvestres, inclusive onça. A rua fica bem próxima à aldeia indígena Tekoá Itakupé, formada por índios guaranis e também próxima ao pico do Jaraguá.

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Esta história é uma obra de ficção baseada nesses relatos, o acidente com o ônibus ocorreu sim, não sei precisar o ano e nem como ocorreu, eu lembro só da cruz, flores e velas que ficaram anos no local do acidente. Já a noiva foi criação dessa mente pensante que gosta de uma especulaçãozinha.

O Jaraguá ainda é lindo, verde, histórico, e seu povo, os antigos que restaram pelo menos, são hospitaleiros e dispostos a contar sobre como nosso bairro foi formado.

Espero que esse livro lhes traga diversão, curiosidade e deixe vocês com um frio na espinha. Quem sabe ao passarem pela Rua André Costa, vocês não vivenciem o que eu e muitos moradores do bairro já vivenciamos.

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Sinopse: Paula Oliveira foi convocada para investigar um crime no bairro do Jaraguá, periferia de São Paulo. Porém, ela jamais poderia imaginar que uma das testemunhas acreditava que a assassina fosse uma noiva morta setenta anos atrás.

Inspirada em casos contados por antigos moradores, com uma boa dose de mistério, investigação e sobrenatural, A noiva da rua André Costa, de Debora Gimenes, vai te prender do início ao FIM.

Capa – Denis Lenzzi

Diagramação – César Costa

Edição de texto – Tito Prates

Revisão – Denise Leonardo

Recompensas Arthé Estúdio – Andrea Riserio