ENTREVISTA COM MARCUS HEMERLY

ENTREVISTADO

MARCUS HEMERLY

MINIBIOGRAFIA

Marcus Hemerly, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim/ES, em 1989. Formado em Direito, é servidor do Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo. Autor da obra “Verso e Prosa: Excertos de Acertos” ecoautor em antologias poéticas e de contos. Membro da AcademiaLuminescence da devoção às Artes e Letras de Cheverny, AIL –Academia Independente de letras Scriptorium, A.M.B.A – Academia Mineira de Belas Artes, da ACILBRAS – Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil e da ABC -Academia Brasileira Camaquiana. Colunista do site Emcontos, no qual escreve sobre cinema. Recebeu os prêmios “Monteiro Lobato” na modalidade “Revelação”, em 2019 e “Prêmio Cidade de São Pedro da Aldeia de Literatura”, promovidos pela LITERARTE – Associação Internacional de escritores e artistas e foi um dos vencedores do concurso internacional de poesias “Covid Times Poetry” promovido pela ONG “WHD – World Humanitarian Drive”, em prol das vítimas do Covid-19. Foi agraciado com o Título de Doutor Honoris Causa em Literatura, pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Históricos e Filosóficos, com a Comenda Príncipe dos Poetas, pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (FEBACLA), além do títulode Cavaleiro Comendador da Soberana Ordem da Coroa de Gotland, conferida pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente

LEITOR                    

Qual o livro que marcou sua vida? Por quê?

Eu diria “O Cão dos Baskervilles”, pois sempre tive vontade de ler histórias de Sherlock Holmes, meu personagem favorito. A trama, em seu misto de uma possível metafísica amalgamada ao contexto policial, é absolutamente fascinante. Um livro que li com bastante entusiasmo.

Qual seu estilo literário preferido?

Com certeza o gênero policial, foi a vertente que eu sempre consumi com mais voracidade. Inicialmente, minha intenção era escrever mais policial, mas que descobri uma maior facilidade desenvolvendo poesias e contos de terror. Sou muito exigente tanto para ler bem como escrever contos, parece que sempre falta algo à história, mas tenho que fomentar mais esse gênero em meinhas produções.

Cite um livro que todo mundo ama e você odeia.

Certamente, a saga Crepúsculo, acho muito pueril. No que tange a vampiros, gosto de feições mais clássicas como BramStoker ou Sheridan Le fanue contemporaneamente, Anne Rice, mas apenas algumas das primeiras de suas obras.

Cite um lugar que você quis ou quer conhecer por causa de um livro.

O Hotel Stanley no qual diz a lenda que o Stephen King dormiu uma noite e inspirou-se para “O Iluminado”. Supostamente é assombrado. Foi locação para filmagem da Minissérie de 1997 do diretor Mick Garris, baseada na mesma obra.Também gostaria de visitar a Inglaterra, pelos livros de Sir Arthur ConanDoyle, criador do Holmes, conhecer suas charnecas e solares.

Melhor escritor de todos os tempos

Difícil, pois isso pode variar muito de acordo com estado anímico, tendências de leitura do momento, mas todo escritor de suspense não pode deixar de citar como fonte de inspiração Edgard Allan Poe, bem como Stephen King, de quem eu sou fã de carteirinha, leio tudo dele que posso.

Cite um livro que te deu muito medo.

Acredito que até hoje não cheguei a ter medo ao ler uma história de terror, apenas admiração e inspiração pela qualidade das obras. Lembro em especial dos contos de AlgernonBlackwood,” A Boneca” e “Os Salgueiros”.

Cite um livro que te fez chorar.

Não me recordo bem, mas eu diria “Vestígios do Dia” de KazuoIshiguro ou“As pontes de Madison” de Robert James Waller.

Um livro que você leu para ou com os seus filhos.

Bom, eu não tenho filhos, mas  as coleções Vaga Lume e Salve-se Quem Puder, são comumente festejadas como de qualidade marcante, na infância de jovens leitores.

Um autor que te surpreendeu

CormacMaccarthy, com o Livro “Onde os Velhos não tem vez” uma prosa de crimes crua, visceral e totalmente evolvente, como as novelas de Jim Thompson. Aquele tipo de livro que faz você pensar “Nossa! Gostaria de escrever assim!”.

Um autor que você é fã de carteirinha

Novamente, Stephen King, suspenses e terror que gravitam tanto no campo metafísico/sobrenatural (O Iluminado, Cemitério Maldito), como no drama/suspense psicológico (Louca Obsessão, Jogo Perigoso), ou mesmo, a junção de ambos, como em Saco de Ossos.

ESCRITOR

Como foi o processo para você se tornar escritor?

Comecei publicando no site recanto das letras, e posteriormente no meu solo. Naquele quadro, fui contatado par participar de uma antologia pela Palavra é Arte, pela qual eu publiquei meu livro solo, na sequência (poemas, contos e ensaios filosóficos). Desde então, passei a acompanhar os editais de antologias de várias editoras, concentrando-me na seletivas de terror e suspense.

Qual o estilo de escrita que você se identifica mais?

Tenho mais facilidade em gravitar e torno da poesia, mas sempre como um caminho ao conto e posteriormente a um romance, que é meu sonho. Um conto demanda maior trabalho se pesquisa, revisão e consequentemente, maiores desafios. À obviedade, um desafio maior é logicamente, de igual forma, prazeroso e gratificante.

Qual sua maior decepção como escritor?

No panorama atual,nunca foi tão fácil e tão difícil publicar no Brasil. Pode-se produzir independentemente, por wattpad, mas é difícil para um autor atingir o patamar de publicar sem a necessidade devinculaçãoa financiamento coletivo ou por cota de participação, o que é muito oneroso. Não se espera auferir lucros com a escrita, que é uma forma de arte e satisfação pessoal, mas é um fator desestimulante.

O que te traz mais prazer na escrita?

Assimcomo a leitura ou o cinema (as artes em geral) é uma forma de escapismo e relaxamentodos pesares do cotidiano. Geralmente, se escreve o que se gostaria de ler, logo, é um prazer que materializa, ainda que em tom onírico, uma viagem pela qual o passageiro não quer se evadir.

Você tem um ritual na hora de escrever?

Ainda não, geralmente escrevo de um rompante e deixo o texto descasando antes de uma revisão. O chamado “período de gaveta”, de amadurecimento. Posso levar algum tempo para escrever ou dedicar-me por vários dias seguidos.

Qual dos seus trabalhos te deu mais prazer?

Como apaixonado pela crônica policial brasileira e especialmente pelo caso Chico Picadinho, foi o conto “Apesar de tudo, eu não sou um mostro” da antologia “Raízes da Maldade”, da Editora Illuminare, em fase de finalização, com organização de MarcieleGoetzke. Sou fascinado por São Paulo e a região central, conhecida “Boca do Lixo” ou o “o quadrilátero do pecado”, ótima fonte de inspiração para contos do submundo e local dos crimes de Francisco Costa Rocha “Chico”.

Você já foi reconhecido na rua, ou em um evento?

Sou ainda umdesconhecido que se inseriu há pouco tempo no meio literário, no qual existem autores já consagrados, bem como novos aristas de qualidade inquestionável. Logo, ainda estou “engatinhando”. Esse prazer é para autores do nível de Débora Gimenes, Claudia Lemes, Tito Prates, entre outros.

Você gosta de personagens padrões (o protagonista perfeitinho, a protagonista linda e delicada, o antagonista feio e mal) ou prefere se arriscar com o novo?

Costumo dizer que mesmo em uma trama um tanto quanto monótona ou defeituosa, se um personagem é atrativo ele me pende ao livro. As psiques imperfeitas ou atormentadas delineiam uma complexidade atrativa, que as vezes formam um cotejo muito interessante ao projeto. No policial, por exemplo, o detetive precisa apresentar alguma falha em paralelo às convicção éticas do “Homem da lei”. Problemaspsicológicos, temperamento, dúvidas, alcoolismo, violência; uma guerra interior em meio à batalha contra o crime ou o enveredamento pela aventura/investigação que se densifica no conto ou romance.

Você prefere publicar por editora ou a liberdade de ser um autor independente?

Para publicação, num primeiro momento, é interessante começar com quem tem experiência e know-how, daí as vantagens de escolher uma boa casa de publicação, na qual será realizado um trabalho de divulgação, bem como de revisão e diagramação mais profissionais.  Na contemporaneidade, com a faculdade da edição independente e as publicação de e-books na Amazon e outras plataformas, descortina-se uma território que deve ser bem explorado, numa época na qual existe uma miríade de opções e bons autores.

Quais seus próximos projetos?

Tratam-se de antologias de poemas e contos policiais e de terror/suspense; alguns recentemente lançados, como o “Possessões Demoníacas” pela Arte do Terror, já disponível na Amazon, bem como algumas em processo de edição, mas que serão divulgadas/publicadas em breve, como Parque das Almas e Inominável pelo selo da Emcontos,  Raízes da Maldade, Contos da Meia Noite, Feixes de Luz, pela Editora Illuminare, Soturnos Vol.5 e Devaneios Cemiteriais pela Círculo Soturnos, Lugares Sombrios, pela Constelação Editorial, Alameda Nix e Noites Arcanas pela Dríade Editora, Rio Vermelho e A Pata do Macaco, projetos da Luva Editora, e a coletânea poética Habita-me, pela Edições e Publicações. Futuramente, pretendo trabalhar meu primeiro romance, até onde tenho concebido, com o detetive Varella, criado para o conto “Todo cão tem seu dia”.