As mais basilares lições de psicologia explicam a atração extintiva do cérebro humano pelo bizarro, no campo das informações usualmente pouco processados. Por essa razão, é pronunciada a tendência ao consumo do entretenimento de terror, suspense e o interesse pelas notícias mais mórbidas ou sensacionalistas. Além de uma forma de arte, o cinema é um nicho extremamente lucrativo, e aquele denominado “de exploração” ou “exploitation”, nos brinda como interessante objeto de análise. Afinal, o que seria Exploitation?
Tratam-se de produções rápidas e relativamente baratas, com o objetivo de lucro imediato sem grande apreço, salvo exceções casuísticas, pelos desdobramentos estético artísticos da película. Não Raro, principalmente em determinados países, tende-se a seguir um círculo, pautado no interesse popular que esteja em voga, ou decorrente do contexto histórico cultural.
Alguns exemplos, seriam os filmes B produzidos na Oceania, Ozploitation; Bikersploitation, filmes de motocicleta; Zumbis e Canibais; Blaxploitation, traduzindo elementos, como gírias e estereótipos da cultura negra; Anuxploitation, películas B canadenses; Carsploitation, filmes usando carros com corrida, batidas e explosões; Chambara films, aventuras de samurai; Nazisploitation, sobre campos de concentração nazistas; Nudist films; Redsploitation, versando sobre protagonistas índios americanos; Sexploitation e seus desdobramentos, (nunsploitation, filmes eróticos de freiras), entre outros. Cita-se apenas alguns tópicos de uma lista prolifica.
Observa-se nesse panorama, um reflexo instigado pela demanda mercadológica. No Brasil, de modo similar, verifica-se tal fenômeno no cinema produzido na chamada boca do lixo paulistana, quando a partir dos anos oitenta, as errônea e genericamente rotuladas de pornochanchadas, deram espaço ao cinema explícito. O cenário anterior de simulação erótica nas telas, inserido nos mais diferentes enredos, cedeu lugar ao conteúdo hard core, por pressão do público e exibidores. No entanto, por óbvio, seja no plano internacional ou doméstico do cinema comercial, emergiam títulos e diretores altamente artísticos, que se destacam pelo tom peculiarmente experimental de suas obras.
Como se sabe, revela-se uma tendência atual a rotulação e a criação de constantes definições, tais como subtítulos ou subgêneros muitas vezes inócuos. Contudo, dentre essas denominações, a título de exemplo, alguns são dignos de um artigo à parte, como o famoso A vingança de Jennifer (I Spit on Your Grave, 1978) e Thriller, A Cruel Picture, de 1973, os quais inpiraram ainda algumas derivações no gênero Rape and Revenge, derivação dos chamados WIP – Women in Prison (mulheres na prisão).
Em Thriller, uma jovem muda é sequestrada, sendo forçada à prostituição e anestesiada pelo vício da heroína induzido por seus captores, em reiterada despersonalização. Na medida em que o tempo passa, a protagonista desenvolve, anonimamente, habilidades especiais, tais como o manuseio de veículos em fuga, armas de fogo e artes marciais, em preparação silente a uma vingança cruel, como adianta o título. Aspecto visual distinto, slow motion, além da violência estilizada, são elementos marcantes, posteriormente identificável no cinema de Tarantino e outros contemporâneos.
O filme amealhou bastante sucesso à época de seu lançamento principalmente por cenas explícitas de pornografia enxertadas, tendo em vista que a distribuição começou a ser chancelada legalmente e popularizada naquele país. Situação parecida ao reproduzido nos filmes da “boca do lixo” ou “boca do cinema”, a fim de atender a demanda no início dos anos oitenta. Renove-se, entre as produções, além das citadas, colhem-se excelentes exemplos de qualidade e boa técnica narrativa, haja vista que talentos relegados à marginalidade dentro daquele contexto comercial, não são tolhidos de suas mentes criativas. Nosso saudoso Zé do Caixão utilizava-se da precariedade de recursos a seu favor, construindo obras universalmente reverenciadas, em valorização das feições experimentais e elementos subjetivos.
O tempo, realmente, renova o modo como alguns filmes são observados/redescobertos, elevando o antes obscuro ou duvidoso, ao status de cult. Nesse espaço, indaga-se: O que seria cult? A resposta é objeto de outro diálogo.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |